VERSÍCULOS BÍBLICO

Apocalipse

domingo, 15 de junho de 2014

O PRIMADO DE PEDRO


2º Parte

                Da interpretação doutrinária que a Igreja Católica faz de Mateus 16.16-19, procede outro grande erro: o ensino de que Jesus fez de Pedro o "Príncipe dos Apóstolo", pelo que, veio a se tornar o primeiro bispo de Roma, do qual os papa, no decorrer dos séculos, são legítimos sucessores.

Refutação 

                Esteve Pedro em Roma alguma vez? É muita remota a possibilidade de Pedro ter estado em Roma.

                Oscar Cullman, teólogo alemão, escreve: " A primeira carta de Pedro ...alude em sua saudação final (5.13) a sua estada em Roma ao mencionar "Babilônia" como lugar da sua comunidade cristã que envia a sua saudação aí contida. Talvez Babilônia aí significa Roma". como se vê, o terreno aqui é movediço.

                Também Lietzmann, em sua obra Peturz And Paulus In Rome (Pedro e Paulo em Roma), assim se expressa sobre o assunto:

"Mais importante, porém, é a debatida afirmação de que Pedro, no decurso
de sua atividade missionária, tenha chegado a Roma e ai tenha morrido
como mártir. Visto que está questão intimamente relacionada com a 
pretensão romana ao primado de Pedro, frequentemente a polêmica 
confessional inclui no assunto. Como, porém, ao lado das fontes 
neotestamentárias, vem em consideração principalmente testemunhos extras
e pós-canônicos da literatura cristã antiga, e, além disto, documentos litúrgicos
posteriores, e ainda escavações recentes, está questão não pode ser aqui
em todos os seus pormenores. Quero apenas lembrar que até a segunda metade 
do século II, nenhum documento afirmava expressamente a estada e o martírio de Pedro em Roma."

            Segundo a tradição católica, Pedro foi o primeiro papa em Roma por 25 anos, "O Papa, Bispo de Roma e sucessor de S. Pedro, é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade, quer dos Bispos, quer da multidão dos fiéis" (Catecismo da Igreja Católica, paragrafo 881, p. 253 - Edição Típica Vaticana, Edição Loyola, São Paulo, Brasil, 1999). Tal declaração de que Pedro foi o primeiro papa, não pode ser confirmada nem pela Bíblia e nem pela História.
             
             Primeiramente, partindo do martírio de Pedro por volta de 67 ou 68 d.C. e subtraindo dessa data vinte cinco anos, ou seja, o período que á tradição católica afirma que Pedro fora Bispo de Roma, retrocederemos a 42 ou 43 d.C. 

             De acordo com o Novo Tetamento, em Atos 15 encontramos Pedro participando do Concílio de Jerusalém ocorrido por volta de 48 d.C. ou depois. Embora Pedro participasse desse Concílio, conforme Atos 15.13-19, ele não o preside, mas sim, Tiago.

             Por volta do ano 58 d.C., o apóstolo Paulo escreveu a Epístola aos Romanos, e no capítulo 16 mandou saudação para vários  irmãos em Cristo que estava em Roma, mas não em momento algum o suposto bispo de Roma.

             Posteriormente, por volta do ano 62, Paulo chegou a Roma e recebeu a visita de vários irmãos, novamente não se tem notícia desse tal bispo de Roma, (leia Atos 28.30,31), isso não é estranho?

             Na cidade de Roma, em 62, Paulo escreveu a Epístola aos Efésios, aos Colossenses e Filemom. Em 64, escreveu a Epístola aos Felipenses, e entre 67 e 68 escreveu a Segunda Epístola a Timóteo, período do grande incêndio de Roma, quando estava aprisionado pela segunda vez e em nenhum momento o apóstolo Paulo cita Pedro, é no mínimo estranho, Paulo silenciar-se a respeito de Pedro, especialmente se ele realmente fosse bispo de Roma. 

             O Catolicismo Romano declara ainda a respeito do Papa: "Com efeito, o pontífice Romano, em virtude de seu múnus de Vigário de Cristo e de Pastor de toda a Igreja, possui na igreja poder pleno, supremo e universal. E ele pode exercer sempre livremente este seu poder" (CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, PARÁGRAFO 881, p. 253 - Edição Típica Vaticana, Edição Layola, São Paulo, Brasil, 1999).

              As seguintes expressões sobre o papa contrariam explicitamente a Bíblia Sagrada. Senão vejamos:
              
                        1. Sumo Pontífice e Pastor de toda a Igreja: Jesus é o sumo Pastor da Igreja (1 Pe 5.4);

                         2. O Vigário de Jesus ou o representante de Jesus. A Bíblia diz que quem veio como nosso consolador é o Espírito Santo e não o papa (Jo 14.16-18).

Pedro, um papa diferente

                  Tenha estado ou não em Roma, o fato é que se Pedro foi papa, foi um papa diferente dos demais que já apareceram, em função do que nos mostra a Bíblia:                                                                                                                                                                                                                                                    a) Pedro era financeiramente pobre (At 3,6);                                                    b) Pedro era casado (Mt 8. 14,15);                                                                  c) Pedro foi um homem humilde; não aceitou ser adorado pelo centurião Cornélio (At 10. 25, 26);                                                                                        d) Pedro foi um homem repreensível (Gl 2.11-14).                                                                                                                                                       É surpreendente que Pedro, sendo o "Príncipe dos Apóstolos", como ensina a Igreja Católica Romana, não era o pastor da igreja em Jerusalém (At 15), mas sim, Tiago. Se Pedro fosse, então papa, ele não teria aceitado a orientação dos líderes da igreja quanto á obra missionária (At 15. 7) e também a ordem das "colunas" da Igreja, conforme Paulo escreveu em Gálatas 2.9, seria: Cefas , Tiago e João" e não "Tiago Cefas e João". Cefas é o nome aramaico de Pedro, dado por Jesus (Jo 1. 42).
O papa, um  Pedro diferente

               A própria história do papado é uma viva demonstração de que os papas jamis deram provas de que são sucessores do apóstolo Pedro, já que em nada se assemelham àquele inflamado, mas humilde apóstolo do Senhor Jesus Cristo. Por exemplo:

                               a) Os papas são administradores das grandes fortunas da Igreja. O clérigo José Maria Diez Alegria, da Universidade Gregoriana de Roma, declarou, já no final do ano 1972, que o balanço financeiro do Vaticano, dispunha de um ativo  de um bilhão de dólares;                                                                                        b) Os papas são celibatários, isto é, não se casam, não obstante ensinarem que o casamento é um sacramento divino;
                               c) Os papas se consideram infalível nas suas decisões e decretos.
                                                  
Conclusão

                 Mediante desse assunto aqui abordado, cai por terra toda a pretensão do papado quanto à sucessão apostólica e também todos os argumentos da Igreja Católica Romana, afirmando ter sido o apóstolo Pedro seu primeiro papa.

(Evangelista Junio Silvino de Souza) 

quinta-feira, 12 de junho de 2014

É PEDRO O FUNDAMENTO DA IGREJA?

 1º Parte Entenda!

                 A Igreja Católica Romana considera o apóstolo Pedro, a pedra fundamental sobre a qual Cristo
edificou a sua Igreja; e para fundamentar esse ensino, apela, primeiramente, para Mateus 16. 16-19:

"Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque 
não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus.
Também eu te digo que tu e´s Pedro, e sobre está pedra edificarei a minha
igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as
chaves do reino dos céus; oque ligares na terra terá sido ligado nos céus;
e oque desligares na terra terá sido desligado nos céus."

                  Desta passagem, a Igreja Católica Romana extrai o seguinte raciocínio:

1. Pedro é a rocha sobre a qual a Igreja está edificada;
2. A Pedro foi dado o poder das chaves, portanto, só ele pode abrir a porta do reino dos Céus;
3. Pedro tornou-se o primeiro bispo de Roma;
4. Toda a autoridade eclesiástica foi conferida a Pedro, até nossos dias, através da linguagem de bispos e papas, todos vigários de Cristo na terra.

Uma interpretação absurda

                 Partindo desse raciocínio, o padre Miguel Maria Giambelli, põe o versículo 19 de Mateus 16, nos lábios de Jesus, da seguinte maneira:

'Nesta minha Igreja, que é o reino do céus aqui na terra, eu te darei
também a plenitude dos poderes executivos, legislativos e judiciários, de
de tal maneira que qualquer coisa que tu decretares, eu ratificarei la no céu,
(A Igreja Católica e os Protestantes, p. 68)

Refutação

                 Numa simples comparação entre a teologia católica e a Bíblia, a respeito do apóstolo Pedro  e sua atuação no seio da Igreja nascente, descobre-se quão absurda é a interpretação da Igreja Católica a respeito da pessoa desse apóstolo do Senhor. Mesmo numa superficial análise d assunto, conclui-se que:

1. Pedro jamais assumiu no seio da Cristianismo nascente, a posição e funções que a teologia católico procura atribuir-lhe.
               O substantivo feminino petra designa no grego uma rocha grande e firme.
Enquanto que o substantivo masculino petros é aplicado geralmente a fragmento de rocha e pedras pequenas tais como a pedra de arremesso.

               Pedro é petros = pedra pequena e móvel e não petra = rocha grande e firme.
Portanto, uma Igreja sobre a qual as portas do inferno não prevalecerão, não pode repousar sobre Pedro (Mt 16.18).

               Inferno, nesse versículo, se refere ao Hades (lugar dos mortos). Isto indica que a Igreja foi construída não apenas sobre a pessoa de Cristo, mas também na Sua obra na cruz do calvário, quando entrou no Hades e conquistou a morte através da ressurreição. E, a Igreja que não crer no fundamento estabelecido "Cristo é o Filho do Deus vivo" (Mt 16.16) está incorrendo em heresia e, consequentemente, fadada a morrer espiritualmente.

2. De acordo com a Bíblia, Cristo é a pedra.



"Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos,
feriu a estatua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou." (Dn 2.34)

"edificados sobre o fundamento dos apóstolos, e profetas, sendo ele
mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular." (Ef 2.20)

                 Nestes versículos, "pedra" pedra se refere a pessoa de Cristo e não a Pedro.
                 
                 Diz o apóstolo Pedro: "Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores,  a a qual se tornou a pedra angular." (At 4.11, cf. Mc 12.10,11). Leia Efésios 2.20; 1 Corintios 10.4; 1 Pedro 2.4-8; Isaías 28.16; Romanos 9.33; Salmos 116.22. 

O testemunho dos "Pais da Igreja"

               A maioria esmagadora dos "Pais da Igreja" cria que a expressão "está pedra" referia-se a Cristo e não a Pedro, inerente na confissão que Pedro acabara de fazer em Mateus 16.16.

               Portanto, se apelarmos para os "Pais da Igreja" dos primeiros séculos da Era Cristã, as pretensões da Igreja Romana quanto a Pedra ser a pedra de Mateus 16.18, são inadmissíveis.

               Só a partir do século IV começou a se falar da possibilidade de Pedro ser a pedra fundamental da Igreja, e isto, diretamente relacionado à pretensão exclusivista do bispo de Roma.

Concluo dizendo

               A luz das palavras do próprio apóstolo Pedro,

a) Cristo é a petra = rocha grande e firme, (At 4.11 e 1Pe 2.4-8):

"Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens,
ma para com Deus eleita e preciosa." (1Pe 2.4)

b) Todos os crentes são petros = fragmento de rocha, ou pedras móveis.

"... vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual
para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais
agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo." (1Pe 2.5).