VERSÍCULOS BÍBLICO

Apocalipse

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O princípio da Restituição Divina


Obadias 
O Princípio da Restituição
Divina

Se te elevares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali te derrubarei,diz o Senhor.

-Obadias 4

Por que o dia do Senhor está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo;
a tua maldade cairá sobre a tua cabeça.

-Obadias 15

Introdução

Irmãos costumam ter diferença entre si. Tais diferenças sã saudáveis, distinguem - nos de forma natural, 
não apenas em questão de aparência, mas também na forma de pensar, objetivos e maneira de vestir.
Mas quando essa diferença criam pendências por eles, a unidade familiar pode estar apresentando 
rachadura. A vida familiar não é tão fácil quando se pensa. As diferenças exitem. O problema existe 
quando as diferenças induzem os parentes à malignidade ou à prática de covardias, então teremos uma
situação semelhante à que foi citada por Obadias em sua profecia.

Quem Foi Obadias

Além do nome, que significa "servo de Deus", nada mais se sabe sobre Obadias. Ellisen, escritor e
pesquisador do Antigo Testamento, defende que esse era " um nome comum no Antigo Testamento,
semelhante a Onésimo no Novo Testamento ou Abdulá em árabe". Sabe-se que ele estava na cidade de
Jerusalém quando os edomitas participaram do ataque contra a cidade e maltrataram os sobreviventes
dessa investida invasora.

Sua Mensagem

Obadias traz sua profecia contra os descendentes de Esaú, os edomitas. Os "irmãos" dos israelitas seriam
duramente julgados pela forma com que os trataram quando estavam sendo atacados pelos invasores.
Esse tratamento desprezível dado ao povo de Deus em um momento em que estavam vulneráveis foi
motivo suficiente para que Deus declarasse a queda de Edom.
Relatos nos dizem que a maldade dos edomitas chegou ao cúmulo de preparar armadilhas para os
israelitas que conseguiam escapar da cidade com vida:

Refugiados judeus, para salvarem sua vidas, correram para a nação vizinha de Edom, primos raciais que
como Judá, eram descendentes de Abraão e Isaque. Mas Edom recebeu seus primos? Não, Edom lhes preparou uma emboscada. Então Edom  os prendeu, e os entregou aos invasores, e saqueou de Judá tudo
o que tinha ficado para trás.
Os muitos pecados de Israel foram o motivo de seu exílio e da perda temporária da de sua nação.
Mas isso não era motivo para que Edom aproveitasse  a situação e colocasse em prática seu desprezo
pelos israelitas, tratando-os com malignidade.

Em que Aspecto Obadias
Fala Conosco

Para que possamo entender o livro de Obadias, precisamos ter em mãos um breve resumo da história
de Israel. O profeta trata de duas nações, Israel e Edom, mas refere-se a elas por meio da citação de seus
antepassados, Esaú e Jacó. Isso ocorre porque era comum para os hebreus identificar as pessoa utilizando
o nome de seus antepassados. Ao longo da história entre Israel e Edom, houve momentos de animosidade,
e isso perdurou por muitos anos, despertando e mantendo acesa uma inimizade entre esses dois povos descendentes de Abraão.
Apesar da animosidade entre esses dois grupos, a recomendação divina  aos israelitas era que tratassem
os edomitas com respeito, da mesma forma que deveriam tratar os egípcios: " Não abominaras o edomita,
pois é teu irmão; nem abominaras o egípcio, pois estrangeiro foste na sua terra" (Dt 23.7). Essa recomendação os edomitas não seguiram.
O problema foi a atitude de Edom no momento do juízo de Deus.
Os edomitas foram condenados não apena porque se mantiveram distantes e alegres quando seus parentes
estavam sendo atacados.Eles foram condenados porque, além de observar o que estava acontecendo,
participaram do ataques contra os sobreviventes. Mas seu julgamento não tardaria a vir.

... embora estivessem relacionados por parentesco com Judá, [os edomitas] também não escapariam do juízo. A águia Babilônica voaria rasante e se apoderaria da sua presa, consumindo-lhe a carne, deixando
os ossos à vista. Mesmo assim, o Senhor não permitiria que Moabe e Amom desaparecessem da terra.
Mas a respeito de Edom, este jamais se recuperaria, perdendo seu lugar na terra, como Sodoma e
Gomorra.

Quanto aos israelitas, eles seriam restaurados, e teriam suas terras de volta, além de possuir as terras de seus inimigos também:

E a casa de Jacó será fogo; e a casa de José, chama; e a casa de Esaú, palha; e se acenderam contra eles e os consumirão; e ninguém mais restará da casa de Esaú, porque o Senhor o disse. E os do Sul possuirão as montanhas de Esaú  [a terra dos edomitas]; e os das planícies, os filisteus; possuirão também os campos de Efraim e os campos de Samaria; e Benjamim, Gileade. (Ob 18,19)

Deus se encarrega de julgar nossas falhas, com certeza, mais isso não deve servir de motivo para que
aproveitemos da desgraça  alheia e nos regozijemos de nossos desafetos quando eles estiverem sendo
julgados. Como já foi dito, os israelitas estavam sendo julgados por Deus, por causa de seus pecados.
Até ai, Edom não tinha qualquer ingerência a ponto de receber uma dura palavra da parte do Senhor.
Mas quando Edom se propôs a ataca os israelitas e mata-los, e entrega-los aos inimigos, então Edom caiu
na mesma sentença que foi dada aos israelitas: eles seriam julgados e exterminados, e suas terras,
dadas aos que antes tinha atacado.
Deus não espera que venhamos a dar uma "forcinha" na forma com que Ele decide exercer seus juízos
para com as pessoas. A ira do homem não opera a justiça de Deus. Por isso, deixemos que ele ajuste as contas com os que nos perseguem, pois os tratará com um grau de justiça diferente do nosso.

O Deus da Retribuição

Deus tinha seus motivos para abater Edom. Ele nunca age trazendo julgamento sem uma razão coerente.
Os edomitas tinham uma razão para se sentirem seguros em relação às suas atitudes. Edom estava situada em uma região de montanhas rochosas, ao sul do mar Morto. Nessa região avia pastos e irrigação generosas, e a capital de Edom era Sela, hoje Petra, cidade que foi esculpida no alto de um penhasco. O local tinha um recuo suficiente para permitir que o vale fosse bem observado. Com isso os edomitas tinham bastante mobilidade para sair de seus lugares, promover ataques e retornar em segurança. Seu senso de segurança baseava-se mesmo na geografia do lugar em que viviam. Pense em morar em uma região como está:

Essa altitude de 1200 a 1700 metros tornava a região de fácil defesa, e ela estava de fato, protegida por uma série de fortalezas rochosas construída para vigiar as estradas que rodavam os precipícios e margeavam gargantas ameaçadoramente profundas. Estas defesas naturais contribuíam para o orgulho de Edom.

Esse foi o primeiro elemento que os fez ser pessoas seguras de suas atitudes. Sua segurança geográfica não os fez reconhecer que tinham sido beneficiados por Deus.
Na verdade, tornou-os soberbos. Um segundo elemento foi histórico de relacionamento entre Edom e Israel. Mesmo sendo parentes, jamais ouve paz entre eles. Quando Moisés precisou passar pelo território
deles, na ocasião do êxodo do Egito à Palestina, eles negaram a passagem ao povo de Deus (Nm 20.14-21). Além disso, os edomitas estavam sempre com ânimo pronto a ajudar qualquer grupo que fosse contrário a Israel. A Bíblia registra, pelo menos, quatro ocasiões em que os filhos de Esaú pilharam os israelitas: no reinado de Jeorão (2 Cr 21), no reinado de Amazias (2 Cr 25), no reinado de Acaz (2 Cr 28)
e no reinado de Zedequias  (2 Cr 36). Essa animosidade nunca foi bem vista por Deus. A Nova Tradução na Linguagem de Hoje mostra

O Senhor diz ao povo de Edom: "Vocês maltrataram e mataram os seus irmãos, os descendentes de Jacó.
Por isso, vocês serão destruídos, e a desgraça os acompanhará para sempre. Quando o inimigo derrubou os portões de Jerusalém, entrou na cidade e tirou todas as coisas de valor, vocês não se importaram com isso. Quando aqueles estrangeiros tiraram a sorte para ver quem ficava com as riquezas, vocês fizeram a mesma coisa. Mas você não devia ter ficado alegres com a desgraça dos seus irmãos Judá; não deviam ter olhado
com prazer quando eles foram destruídos; não deviam ter zombado deles quando eles estavam aflitos.
Quando o meu povo foi derrotado, vocês não deviam ter entrado em Jerusalém, nem deviam ter ficado alegre com a desgraça deles. Quando eles sofreram a derrota, vocês não deviam ter roubado o seus bens;
não deviam ter esperado nas encruzilhadas para matar os que procuravam fugir, nem deviam ter entregado
ao inimigo os que escaparam com vida." O Senhor Deus diz: "Está chegando o dia em que eu vou julgar todas as nações. Ai de vocês, edomitas, pagarão pelas suas maldades; aquilo que vocês fizeram com outros
será feito com vocês. (Ob 10-15, NTLH)

Isso pode nos servir como uma série de advertência. Pensemos em nós mesmos. Não são poucas as vezes
em que, mesmo na igreja, somo tentados a tratar de forma carnal pessoas com as quais não nos identificamos. Isso é errado. Quando agimos assim, estamos bebendo da mesma água do edomitas.
Há situações em que somos confrontados a falar a verdade sobre certas pessoas. Se você é chamado para prestar esclarecimento sobre o comportamento de uma pessoa, sendo esse um comportamento reconhecidamente impróprio, seja no trabalho, seja em casa, ou mesmo no ministério, é prudente que você fale. Há pessoas que usam o nome do Senhor  para ocultar seus erros e desvios de conduta, e isso fere a honra não apenas da igreja como um todo, mas também de Deus. Ainda que isso venha acontecer, que tais palavras sejam verdadeiras e isentas de um sentimento de vingança, pois Deus irá julgar nossas atitudes.
Paulo, ao escrever aos romanos, disse que "Se for possível, quanto estiver em vós, tendes paz com todos os homens" (Rm 12.18). Esse versículo traz uma observação  muito transparente acerca de nossas relações pessoais: nem sempre teremos paz com todas as pessoas. Apesar disso, não podemos nos furtar à prática da bondade e da oração por aqueles que nos consideram adversários.

Ouviste que foi dito: Amarás teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, para que sejais filho do Pai que está nos céus; porque faz que o sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes o que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? (Mt 5.43-46)

Esse texto é de estremo mau goto para o nosso ego. Ficamos felizes quando lemos o pensamento judaico de retribuição nos relacionamentos pessoais (na verdade, esse pensamento espelha de forma bem ampla o sentimento universal, e não apenas o pensamento judaico dos dias de Jesus), mas somos confrontados com o "Eu, porém, vos digo" de Jesus.
Deus sabe que se fizermos justiça por meio do nosso senso de justiça, a verdadeira justiça jamais se manifestará. Paulo diz ao cristãos romanos: " Não vos vigueis a vó mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor" (Rm 12.19). Essa palavra é tão válida para nós quanto o foi para os romanos. Precisamos sempre tomar cuidado com possibilidade de "tirar uma caquinha" de nossos inimigos no dia em que o Senhor os julgar. O escritor aos Hebreus traz essa mesma ideia, ma com um acréscimo: "Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo" (Hb 10.30). O acréscimo vem na parte final: "O Senhor julgará o seu povo". Isso deve no fazer andar em temor, pois "Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?" (1Pe 4.17). Essa é uma mostra do padrão de justiça divina. Com Deus não tem coerência o ditado corrente entre estudante de Direito que diz "Aos amigos, a lei; aos inimigos, os rigores da lei". Ele vai começar o julgamento dentro de sua própria casa. E para que não sejamos surpreendidos por tal evento, andemos em conformidade não apenas no relacionamento com Deus, mas também com nosso próximo e também até com nossos adversários.

O Livro

O livro de Obadias tem 21 versículos, assim dispostos:

I. O Julgamento de Edom, 1-9

II. Razões para o Julgamento, 10-14

III. O Dia do Senhor, 15-21

Profecias Cumpridas em Obadias

Deus convoca as nações para que destruam Edom (v.1). De acordo com Lawrence O. Richards, "as  impressionantes profecias de destruição foram cumpridas logo após,, quando Edom acabou sendo destruída por Nabonido, o último dos governantes babilônicos". Portanto, não tardou a queda daquele povo.